O Secretário-geral da ONU, Kofi Annan, anunciou ontem ao mundo a conclusão de mais uma das suas profundas reflexões: a “abordagem” da ONU ao genocídio em curso no Sudão “não está a funcionar”. Pois não. Os primeiros a desconfiar disso terão sido os sudaneses, vítimas das atrocidades das milícias árabes (os “janjaweed”). Depois o resto do mundo adquiriu consciência da extensão do horror. Kofi Annan preferiu continuar a acreditar que papeis assinados por facínoras valem alguma coisa. Não valem e já o devia saber: é um dos erros sistemáticos da ONU. Os erros da ONU têm a particularidade desagradável de custarem vidas “aos outros”.
Mas o Secretário-geral da ONU recusa-se a perceber verdadeiramente porque é que as suas inspiradas “iniciativas” tendem a acabar em desgraças para o mundo e descrédito para a instituição que dirige. Com países como a China e a Rússia presentes no Conselho de Segurança e com poder de veto (que exercerão caso alguém se “atreva” a mencionar sanções contra o regime árabe do Sudão), o bem intencionado senhor ainda arrisca mais algumas desilusões no tempo que lhe resta como Secretário-geral da ONU.
2004-12-23
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