Na Rússia procedeu-se ontem à venda da principal filial da Yukos, a Yuganskneftegaz (cf. post “A Sombra do Urso”). Supunha-se que o comprador seria a Gazprom, a companhia controlada pelo estado russo. Afinal, o Baikal Finance Group, ilustre desconhecido até ontem, comprou uma empresa que, segundo a Euronews, extrai mais barris de petróleo por dia do que o Qatar, país membro da OPEP. Ainda segundo a mesma notícia, no endereço da sede desta “poderosa” companhia encontra-se a morada de... uma mercearia e de uma loja de telemóveis.
A insólita situação poderá ter uma explicação: durante a semana passada, a Yukos recorreu em desespero de causa aos tribunais americanos para, ao abrigo da protecção aos activos das empresas nestas circunstâncias — o conhecido “capítulo 11” da lei de falências americana —, obter a suspensão da venda da Yuganskneftegaz. No acórdão, favorável às pretensões da Yukos, é citada a Gazprom. Mas Putin não se atrapalhou e foi assim que a “mercearia da esquina passou a ser dona de um Qatar”. Pelo menos durante alguns dias; é que os analistas não excluem a hipótese da “vencedora” do leilão não conseguir pagar o valor em questão nos próximos catorze dias, uma hipótese razoável quando um merceeiro adquire o equivalente a um pais petrolífero do Golfo Pérsico. Se tal suceder a Gazprom é declarada vencedora...
2004-12-20
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