2004-12-27

Oil for Food: o Top 10

O Scotsman divulgou recentemente a lista dos dez principais países que beneficiaram do programa Oil for Food, da responsabilidade da ONU. Segundo a comissão de inquérito liderada por Paul Volcker, os dez países que adquiriram maiores quantidades de petróleo iraquiano, entre 1996 e 2003, no âmbito do programa Oil for Food são os seguintes:

1. Rússia 19.259 biliões de dólares (10 biliões de libras)
2. França 4.394 biliões de dólares (2.3 biliões de libras)
3. Suíça 3.480 biliões de dólares (1.8 biliões de libras)
4. Grã-Bretanha 3.380 biliões de dólares (1.75 biliões de libras)
5. Turquia 3.343 biliões de dólares (1.7 biliões de libras)
6. Itália 2.718 biliões de dólares (1.4 biliões de libras)
7. China 2.625 biliões de dólares (1.3 biliões de libras)
8. Liechtenstein 2.468 biliões de dólares (1.3 biliões de libras)
9. Espanha 1.644 biliões de dólares (800 milhões de libras)
10. Malásia 1.485 biliões de dólares (770 milhões de libras)

Vários meses antes da ocupação militar do Iraque pelos americanos (e muito tempo depois desta ter sido consumada), os EUA foram acusados de não estarem a intervir no Iraque para deporem uma tirania que representava um enorme risco de segurança internacional, mas sim por motivos “económicos”: o controlo da extracção e distribuição do petróleo iraquiano.

Seguramente que países como a França e a Rússia, que sempre estiveram na primeira linha destas “acusações”, só compravam petróleo ao regime corrupto de Saddam Hussein por pena dos pobrezinhos. Como se pode ver pela lista divulgada pela Comissão Volcker, dó e compaixão não faltam em qualquer um desses países.

Mas quando surgem na lista de maiores compradores de petróleo iraquiano países como a Suíça ou o Liechtenstein, a “intriga adensa-se”. Talvez a leitura do artigo “Ghost companies, tax havens hinder oil-for-food probe” ajude a compreender por que razão é que um pais como o Liechtenstein, com 33 000 habitantes, “importou” quantidades tão elevadas de petróleo, através de companhias desconhecidas como a Alcon Petroleum, criada no ano 2000, ou a Fenar Petroleum, criada em 1999 e que imediatamente após terem sido criadas tiveram a “felicidade” de conseguir enormes contratos de aquisição de petróleo iraquiano, ao abrigo do programa da ONU. É preciso ter sorte…

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