2003-05-11

A neutralidade de Portugal João Benard da Costa termina a sua coluna de sexta-feira, no Público, falando da sua (nossa) sorte de escaparmos à Segunda Guerra Mundial:
Volto a abençoar a minha sorte. Mas se alguma sorte houve (ou lá como lhe queiram chamar), se alguns acreditam que tudo se deve à intervenção d'Aquela a quem pedimos "faz com que a guerra / se acabe na terra", a Miraculosa Rainha dos Céus, houve também - confessa lá - um senhor a quem não queria confessar nada, a quem não queria dever nada, mas a quem acabo esta crónica a confessar que lhe devo - eu e todos como eu - uma guerra nenhuma numa sossegada paz. Faltou-me dizer o nome? Faltou. Há palavras que nesta casa ainda não se dizem.

É verdade: a geração de Benard da Costa foi poupada aos horrores da guerra e deve-o aos golpes de rins de Salazar. E no entanto... será que poderíamos ter poupado algum sofrimento alheio, à custa do nosso, se tivessemos estado então "do lado certo da história"?

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