O TEMPO PASSA (II): Lembro-me: há dez anos ouvi um tipo meio lunático (mas muito talentoso) dizer que havia um sistema de pôr em rede todos os computadores, de criar correio electrónico e de aceder a um fluxo infinito de informação, e que em breve isso seria o nosso dia-a-dia, mais imprescindível do que a televisão. Na altura achei que ele tinha esvaziado o Johnny Walker. Foi há dez anos.
Há 10 anos, estava eu num laboratório do IST, quando alguém se aproximou de mim e me disse que tinha de ver uma coisa fabulosa que tinha sido inventada no CERN e no NCSA: a World Wide Web e um programa chamado Mosaic. Foi um passo de gigante, de facto. Em poucos minutos tinha o mundo disponível no meu computador. No entanto, nessa altura já usava o correio electrónico há vários anos, pelo menos desde 1986. Já partilhava ficheiros usando FTP, o Archie de boa memória, etc. Parece-me que há um pequeno erro de perspectiva na observação de Pedro Mexia. A Web foi um enorme salto, mas sustentou-se numa experiência de anos de interligação e partilha electrónica no meio académico, embora em Portugal fosse essencialmente no meio académico científico e tecnológico.
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