Vital Moreira diz que os Estados Unidos precipitaram a guerra para evitar a cada mais provável demonstração de que o Iraque estava, de facto, desarmado. É uma distorção grosseira dos factos. Esquece 12 anos de resoluções por cumprir e quatro anos sem inspecções, esquece também que o regime de Saddam Hussein não fez a declaração completa de todo o seu arsenal quando apresentou milhares de páginas às Nações Unidas em finais do ano passado e que o próprio Hans Blix disse que as declarações de Bagdad estavam longe de ser esclarecedoras quanto ao paradeiro de armas químicas e biológicas supostamente já destruídas mas de que não há qualquer prova de destruição. Esquece ainda que os mísseis al-Samoud 2 não constavam da declaração do regime de Saddam Hussein. O disparo recente de mísseis Scud, que supostamente já não existiam, sobre o Kuweit deve ter dissipado as últimas dúvidas acerca da colaboração de Saddam Hussein com as Nações Unidas.
No mesmo artigo, Vital Moreira acusa um tal "lobby" judaico de estar por trás do ataque ao Iraque. A resposta eloquente é dada por Esther Mucznik no Público de sexta-feira. Como o artigo não está disponível na Web, segue um pequeno extracto da resposta:
Não vale a pena lembrar que a esmagadora maioria dos judeus americanos votou nos democratas e que o facto de alguns judeus fazerem parte do círculo próximo de Bush não é em si representativo da opinião da maioria da cominidade judaica americana. É o mesmo que dizermos que Colin Powell ou Condolezza Rice são representativos do imenso "lobby" negro que influencia os destinos da América... mas contra os estereótipos, a razão de pouco serve.
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