2003-03-30

A negação da natureza humana, desmontada com arte por Steven Pinker em The Blank Slate e por Francis Fukuyama em Our Post Human Future, é usada por alguns autores para defender o suposto idealismo dos pacifistas. É o que faz M. Scott Peck no seu "Gente da Mentira", do qual o Expresso publicou um extracto:

Suponho que seja por isso [a sugestão de que os seres humanos têm um instinto para a guerra] que os falcões se intitulam sempre como realistas e consideram os pombos como idealistas de cabeça oca. Os idealistas são pessoas que acreditam no potencial da natureza humana para a transformação. Os idealistas são pessoas que acreditam no potencial da natureza humana para a transformação. Já o afirmei aqui que o principal atributo da natureza humana é a sua mutabilidade e liberdade em relação ao instinto - que está sempre na nossa mão mudar a nossa natureza.

Claro que a natureza humana nos equipa com uma considerável flexibilidade, mas é impossível mudarmos a nossa natureza: os nossos defeitos podem ser controlados, domesticados, mas não eliminados. A maldade existe e está entre nós para ficar.

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