Mas a pergunta continua em cima da mesa e vou jogar o jogo. Quem quero que ganhe? Os EUA. Por quê? Porque a alternativa seria a manutenção no poder de Saddam.
Mas seria imoral que os EUA ganhassem esta guerra ilegítima e desnecessária, venal e fanática, unilateral e arrogante, sem custos, como um piquenique. Porque isso abriria a porta a maiores fanatismos, a novas loucuras de conquista e de conversão dos infiéis, novas guerras, legitimadas apenas pela força, num desrespeito crescente pelo direito, pela comunidade internacional.
Será útil ao mundo que os EUA ganhem, mas que aprendam uma lição, que ganhem de uma forma que lhes saiba a derrota, que os faça perceber que a guerra é uma má escolha e deve ser a última opção, que paguem o tributo da guerra. Pelo menos com um olho negro. É infeliz que o "olho negro", neste caso, represente vidas de soldados (seria melhor que o custo fosse financeiro, em prestígio, em tempo perdido). Mas os soldados não são mais inocentes que os inocentes que morrem do outro lado.
A citação é grande, mas a imoralidade do artigo também: tinha de ser aqui reproduzida para ficar nos registos da infâmia. É a primeira pessoa que diz claramente que deseja mortes nesta guerra. Não as suporta: deseja-as. Alguns soldados americanos mortos (simpaticamente excluiu britânicos e australianos) para que não se "[abra] a porta a maiores fanatismos, a novas loucuras de conquista e de conversão dos infiéis". Lamentável e profundamente estúpido.
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