Carros sobre passeios esburacados, recantos cheirando a mijo, entulho, lixo, reboco a cair, cantarias sujas de graffitis. Homens bebendo imperiais à porta de tascas cheirando a fritos, a televisão aos gritos. Os lisboetas passam, olham, e não vêem senão uma bela cidade imaginária. O lixo que deixam para o chão, os escarros, volatilizam-se miraculosamente perante o seu olhar. Não existem.
Um amigo americano quebra o feitiço:
- Porque é que a polícia não multa os carros sobre o passeio?
- Porque os polícias também lá estacionam - é a minha resposta automática.
De repente, envergonho-me da minha cidade.
2003-06-14
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