2005-01-14

O contributo

Ninguém de bom senso espera imparcialidade nas decisões da Assembleia Geral da ONU relativamente ao conflito no Médio Oriente: a Assembleia nunca aprovou uma resolução que fosse condenando os terroristas palestinianos pelo massacre de cidadãos israelitas inocentes. Do Secretário-geral espera-se, pelo menos, que não atrapalhe a frágil hipótese de negociações bilaterais.

Em vão. Há dois dias, o Sr. Annan anunciou ao mundo, através do porta voz Stephane Dujarric, o seu mais recente "contributo" para a pacificação do Médio Oriente: a ONU tenciona abrir um gabinete na Palestina para registar as "queixas" dos palestinianos "afectados" pela construção da barreira de segurança. Quem preferir que lhe chame "muro", não muda o essencial: o desespero de um país que já não sabe como se defender de uma estratégia de carnificina indiscriminada. A dimensão do insulto e da provocação é inversamente proporcional à pequenez da intenção.

Hoje é um bom dia para Kofi Annan telefonar ao Primeiro-ministro israelita e perguntar-lhe onde deve ir (montar o seu especioso gabinete). Pode ser que Ariel Sharon lhe responda como ele merece.

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