1. Suponha que uma organização sugere a alguém a forte conveniência do pagamento de uma quantia monetária, a troco da garantia de protecção dos interesses do pagador, contra a ameaça que essa própria organização representa.
Se o ameaçado for uma entidade privada e os interesses em questão consistirem na vida ou saúde do próprio ou da respectiva família, trata-se de uma organização mafiosa ou criminosa. Se o ameaçado for um governante de um país ocidental e os interesses em questão forem a reputação individual, a imagem do governo que dirige ou a do próprio país, trata-se de uma organização não governamental (NGO).
2. Suponha que um vasto conjunto de indivíduos dotados de uma estrutura organizativa complexa e hábitos de vida que exigem gastos sumptuários, se desloca regularmente entre duas localidades europeias.
Suponha ainda que estes indivíduos se reclamam detentores de um poder político de natureza obscura para a generalidade da população, que os encara com receio, desconfiança, desinteresse ou simplesmente com aversão. Admita-se finalmente que a actividade regular destes indivíduos consiste na redistribuição de rendimentos, retirados à maioria da população e canalizados para algumas minorias de beneficiários, consideradas merecedoras de privilégios especiais, causando neste processo perdas puras de riqueza de dimensões bíblicas.
Se as localidades em questão forem Fontainebleau e Versalhes trata-se da corte francesa do séc. XVII; se forem Bruxelas e Estrasburgo trata-se da corte da União Europeia no séc. XXI.
3. Suponha que se depara com um texto escrito numa metalinguagem ininteligível, com muitas setas e muitos bonecos. Se o texto contiver uma profusão de k’s, inseridos de forma arbitrária e sugerindo que o autor sofre de idiotia profunda, trata-se de uma mensagem SMS; se em vez de k's surgirem kpi’s é um relatório de uma consultora financeira.
2005-01-13
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