2005-02-02

Terrorismo e indulgência

Se deitarem a mão a uma cadeira atirá-la-ão contra a montra da loja mais próxima; se deitarem a mão a um avião atestado de combustível, projectam-no contra edifícios em Nova Iorque. O ódio político à “globalização” é o mesmo; a disposição para recorrer à violência contra inocentes é a mesma; a loja do lado e o World Trade Center têm para o terrorista o mesmo “valor simbólico”. Só os meios e a disposição pessoal é que os distinguem: o jihadista da Al Qaeda vive como um selvagem, escondido no meio das montanhas inóspitas da Ásia Central e não se importa de morrer (ou mandar morrer) em nome da "causa"; o “alter globalista”, depois da sua rebeldiazinha diária, quer voltar para casa (dos papás?) e continuar a usufruir do bem estar que a sociedade “globalizada” e orientada pela motivação económica lhe proporciona. O jihadista é menos hipócrita.

1 comentário:

LA disse...

O "alter globalista" irá para casa de avião. Ao seu lado pode estar o "jihadista" que vai fazer explodir o avião contra alvos civis. Será que sabendo disso, o "alter globalista" mantem firmes as suas convicções e descobre então que também ele deseja morrer na guerra santa contra a democracia? Ou tenta evitar o atentado, atacando o "jihadista"?