2003-12-26

Ai meu rico carrinho!

Para Miguel Sousa Tavares, há quatro questões em que o "conservadorismo de pensamento" "determinou a orgulhosa inflexibilidade ideológica". Quais são?
Refiro-me à política de agravamento das multas e punições por excesso de velocidade no novo Código da Estrada que aí vem, na recusa das chamadas "salas de chuto" (assistidas ou não) nas prisões, a liberalização do consumo de drogas leves e a descriminalização do aborto (ou até mesmo a sua simples despenalização). A todas as sugestões de ensaiar uma via alternativa nestas matérias, a direita que governa respondeu: "Não, não, não e não."
Que faz o excesso de velocidade neste lote? Note-se que, para Miguel Sousa Tavares:
São quatro exemplos de como uma hipocrisia erigida em pseudovalor moral pode causar danos concretos, mortes incluídas, às vítimas desses valores. Em nome do Estado, em nome da moral cristã ou - pior e nunca dito - em nome, muitas vezes, de interesses de negócio instalados, por exemplo na lavagem de dinheiro da droga ou na pretensa recuperação dos drogados. Santíssima hipocrisia!
Quem serão as vítimas da punição do excesso de velocidade? Quem beneficiará com que negócio? É necessário ser dono de uma demagogia inacreditável para se afirmar que a punição do excesso de velocidade irá aumentar o número de mortos na estada. Não. Não é só demagógico. É profundamente desonesto.

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