Zapatero
prometeu a retirada das tropas espanholas do Iraque em Junho, caso vencesse as eleições e a ONU não tomasse conta da situação nessa altura (ver
programa eleitoral do PSOE). Como a promessa foi feita antes dos ataques terroristas, o seu cumprimento não poderá ser visto como uma resposta à barbárie de 11 de Março. Os espanhóis também não ficarão com peso de consciência. Afinal, votaram no PSOE para penalizar aquilo que viram como uma manipulação do governo de Aznar, ao começar por atribuir a responsabilidade da barbárie à ETA. Esquecem que muitos, quase todos, face às detenções recentes de membros da ETA que levavam consigo 500 kg de explosivos para os colocar numa estação de comboios, começaram por ter essa mesma convicção, que de resto não partilhei. Esquecem que o governo de Aznar, no Sábado, face aos indícios entretanto surgidos, já atribuía maior probabilidade à pista da Al Qaeda, anunciando mesmo a detenção de cinco cidadãos de origem marroquina e indiana. Sem que ninguém assuma essa escolha, sem que ninguém se considere responsável, a Espanha escolheu democraticamente a cobardia. A Espanha claudicará face à Al Qaeda. A Espanha, sem que ninguém tenha negociado com terroristas, agirá como se isso tivesse sido feito. Bin Laden ganhou, mesmo que ainda se venha a descobrir a mão da ETA neste assassínio em massa.
Ou talvez não. Talvez Zapatero encontre justificação para se manter no Iraque. Esperemos que sim.