A palavra "mentir" pode ser utilizada no sentido de "errar no que diz ou conceitua" (Novo Aurélio Séc. XXI). Neste sentido não implica a consciência de se estar a fazer uma afirmação falsa. No entanto, o sentido mais comum da palavra é o de "afirmar coisa que se sabe ser contrária à verdade" (Novo Aurélio Séc. XXI). Nuno Pacheco sabe bem que quando afirma "Colin Powell mentiu" será assim interpretado, mesmo que mais tarde diga que, se Colin Powell o fez, "não [foi] por culpa dele" (admito que por "não ter culpa" Nuno Pacheco entenda que Colin Powell não sabia que o que estava a afirmar não correspondia à verdade). A escolha do verbo "mentir" não pode ter sido inocente. Destinou-se provavelmente a fazer passar por verdadeira uma afirmação que Nuno Pacheco não sabe (nem pode ainda saber) se corresponde à verdade, por muito convencido que esteja disso. É que não só Colin Powell não confessou ter mentido, como não há qualquer prova de que o tenha feito (as declarações de Colin Powell estão aqui).
Mas Nuno Pacheco tem razão quando diz que este caso tem de ser muito bem investigado, para que não se volte a repetir. Esperemos que os inquéritos em curso nos EUA lancem um pouco de luz sobre este assunto.
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